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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Uma lição de vida



O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.

ISTO É: Quem são os heróis de verdade?
Roberto Shinyashiki: Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de
sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes. Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitir que erraram.





ISTO É: O Sr. citaria exemplos?
Roberto Shinyashiki: Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai,
órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia. Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP) chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem. Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito "100% Jardim Irene". É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes. O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da
população americana. Em países como Japão, Suécia e Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata? Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher que, embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego que não o faz se sentir realizado, mas o faz
se sentir seguro.




ISTO É: Qual o resultado disso?
Roberto Shinyashiki: Paranóia e depressão cada vez mais precoces. O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro é ela poder ser criança. Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.




ISTO É: Por quê?
Roberto Shinyashiki: O mundo corporativo virou um mundo de faz-de-conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a auto-estima do que a competência. Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas, como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas. Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.




ISTO É: Há um script estabelecido?
Roberto Shinyashiki: Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um Presidente
de multinacional no programa O aprendiz?
"Qual é seu defeito?" Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal: "Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar". É exatamente o que o Chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder. O vice-presidente de uma as maiores empresas do planeta me disse: "Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir". Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor?




ISTO É: Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?
Roberto Shinyashiki: Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento. Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência.

CUIDADO COM OS BURROS MOTIVADOS - Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função para a qual não está preparado. Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças a meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso para o qual eu não estava preparado. Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.




ISTO É: Está sobrando auto-estima?
Roberto Shinyashiki: Falta às pessoas a verdadeira auto-estima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha auto-estima está baixa. Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer. As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem. Há muitas mulheres solitárias no Brasil que preferem dizer que é melhor assim. Embora a auto-estima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.




ISTO É: Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?
Roberto Shinyashiki: Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis. Quem vai salvar o Brasil? O Lula. Quem vai salvar o time? O técnico. Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta. O problema é que eles não vão salvar nada! Tive um professor de filosofia que dizia: "Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham". Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia. Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo. A gente tem de parar de procurar super-heróis. Porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.




ISTO É: O conceito muda quando a expectativa não se comprova?
Roberto Shinyashiki: Exatamente. A gente não é super-herói nem superfracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso. Hoje, as pessoas estão questionando o Lula em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.




ISTO É: Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?
Roberto Shinyashiki: Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos). Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que ou eu a amo do jeito que ela é ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse. Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro que não deu certo. Um amigão me perguntou: "Quem decidiu publicar esse livro?" Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.




ISTO É: Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?
Roberto Shinyashiki: O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las. São três fraquezas. A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança. Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram. Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.




ISTO É: Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?
Roberto Shinyashiki: A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade. A primeira é instituir que todos têm de ter sucesso, como se ele não tivesse significados individuais. A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias. A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo. Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo. Jeito certo não existe! Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes
para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito. Tem gente que diz que não será feliz enquanto não casar, enquanto outros
se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou
com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo a praia ou ao cinema. Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte. A maior parte pega o médico pela camisa e diz: "Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei a vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz". Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

Entrevista concedida à Revista "Isto É"
Repórter: Camilo Vannuchi
Enviada por: Vera Lucia Prado

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O tempo de ser feliz é agora, o lugar é aqui



Acorde todas as manhã com um sorriso.
Esta é mais uma oportunidade que você tem para ser feliz.
Seja seu próprio motor de ignição. O dia de hoje jamais voltará.
Não o desperdice, pois você nasceu para ser feliz!
Enumere as boas coisas que você tem na vida.
Ao tomar consciência do seu valor,
você será capaz de ir em frente com muita força, coragem e confiança!
Trace objetivos para cada dia.



Você conquistará seu arco-íris, um dia de cada vez.

Seja paciente.
Não se queixe do seu trabalho, do tédio, da rotina,
pois é o seu trabalho que o mantém alerta,
em constante desenvolvimento pessoal e profissional,
além disso o ajuda a manter a dignidade.




Acredite, seu valor está em você mesmo.
Não se deixe vencer, não seja igual, seja diferente.
Se nos deixarmos vencer, não haverá surpresas, nem alegrias.
Conscientize-se que a verdadeira felicidade está dentro de você.




A felicidade não é ter ou alcançar, mas sim dar.
Estenda sua mão. Compartilhe. Sorria. Abrace.
A felicidade é um perfume que você não pode passar nos outros
sem que o cheiro fique um pouco em suas mãos.
O importante de você ter uma atitude positiva diante da vida,
ter o desejo de mostrar o que tem de melhor,
é que isso produz maravilhosos efeitos colaterais.
Não só cria um espaço feliz para o que estão ao seu redor,
como também encoraja outras pessoas a serem mais positivas.

O tempo para ser feliz é agora.
O lugar para ser feliz é aqui!

Texto autorizado pelo site "A Jornada"
www.ajornada.hpg.ig.com.br

(Repasse com os devidos créditos)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Geração FAST FOOD


“Tempo é dinheiro”.






Quem já não ouviu essa famosa frase pelo menos uma vez.

O que ela trás para as nossas vidas? O peso da geração FAST FOOD.

Uma geração que se preocupa mais com o tempo que pode perder para deixar de ganhar mais dinheiro e se afunda nas comidas industrializadas, rápidas, cheias de calorias e que não trazem beneficio algum para a saúde, só fazem mal.. Mas quem hoje está preocupado com a saúde mesmo? Por isso as redes sociais estão querendo ativar na mente desse ser humano compulsivo por dinheiro, comida rápida e praticidade. Alguns conceitos de vida saudável, bem-estar e valorização da vida.





A sociedade vem sofrendo mudanças drásticas e que estão influenciando em todas as áreas da nossa vida. Onde será que tudo isso começou? Pelo menos parte dessa transformação teve inicio quando a Era da Revolução Industrial resolveu aparecer:

“A substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela energia motriz e do modo de produção doméstico pelo sistema fabril constituiu a Revolução Industrial; revolução, em função do enorme impacto sobre a estrutura da sociedade, num processo de transformação acompanhado por notável evolução tecnológica.
A Revolução Industrial aconteceu na Inglaterra na segunda metade do século XVIII e encerrou a transição entre feudalismo e capitalismo, a fase de acumulação primitiva de capitais e de preponderância do capital mercantil sobre a produção. Completou ainda o movimento da revolução burguesa iniciada na Inglaterra no século XVII.”
fonte (http://www.culturabrasil.org/revolucaoindustrial.htm)

Como sempre o homem busca por melhorias que lhe tragam benefícios financeiros relacionados ao tempo. Tudo para economizar tempo transformando esse tempo em dinheiro com mais rapidez e aumento de capital por tempo gasto. Ou seja, vivemos para ganhar mais dinheiro em menos tempo.




Ok. Temos o conceito formado: - Tudo precisa ser rápido, pra ontem e contamos com a tecnologia que nos ajuda e auxilia na excussão das nossas tarefas. Pois precisamos crescer e chegar aonde não se podia. O clero foi rompido e as camadas desfavorecidas podem alcançar o topo mediante o seu esforço.... TEMPO É DINHEIRO = DINHEIRO É CONQUISTA DO REINADO


Sejam Bem vindos a geração FAST FOOD onde tudo precisa ser rápido e a ordem natural das coisas é substituída pela ordem sobrenatural. Hoje não é preciso tempo de espera para enviar uma carta como antigamente via correio, precisamos apenas de um click e um endereço de e-mail e essa informação chega em alguns segundos e não mais em dias. A nossa comida pode ser entregue em 10 minutos nos drives das grandes redes de conveniência.

Por que temos que perder tempo se hoje temos consulta por telefone, vídeo conferencia, internet bank, cursos on-line, chat de atendimento on-line, lojas virtuais, compras por telefone/internet e entrega em casa.. pra que sair de casa se posso resolver tudo através da telinha. Basta apenas alguns clicks e pronto resposta rápida e eficiente, pra que contato com a sociedade.. isso não é importante eu preciso desenvolver a minha vida o resto que se vire eu não preciso disso tenho 600 contatos no Orkut e no Facebook, seguidores no Twitter e no meu blog. Com isso a vida vai perdendo o sentido e se torna banal, os simples detalhes são colocados de lado e a busca pelo poder é colocada em primeiro lugar..

Avanços e mais avanços.. onde vamos parar, nosso consciente pode responder por tudo isso? E o amor é rápido, descartável, substituível?

Ctrl+Z, Ctrl+V, Ctrl+P, Ctrol+C, Shift+Del servem para a vida real ....

Não quero mais esse corpo, quero o corpo da Juliana Salimeni. Um momento, Ctrl+C no corpo dela e Ctrl+V no meu e Ctrl+X no meu corpo antigo.. PRONTO virei realidade virtual...




Se não pararmos de confundir as coisas e misturar o irreal com o real viraremos seres cada vez mais depressivos, descontentes, irritantes, frios, calculistas, egoístas ....

Vamos temos que dar valor as nossas vidas e ver que as formas de substituição não podem continuar temos que ter ordem e decência para tudo na vida.. não se pode perder 10 kilos em 2 dias sem sofrer danos por isso, não se pode fabricar milhares de produtos sem prejudicar o meio-ambientes e sofrem por isso. Todo Efeito foi gerado por uma CAUSA. O que queremos causar com as nossas atitudes e quais tem sido os efeitos?

Não podemos simplesmente substituir o nosso tempo real pelo tempo ilusório dessa nova geração FAST FOOD.



Pense nisso: - O maior risco da vida É NÃO FAZER NADA!